Atraso no plantio devido as anomalias climáticas preocupam produtores de soja
Problemas climáticos atrasaram o plantio da soja em Mato Grosso e têm preocupado produtores, que já esperam uma redução da produtividade. A região mais prejudicada foi a Nordeste, no Vale do Araguaia, onde a semeadura está mais atrasada, faltando 5,36% para ser concluída, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Segundo o último boletim do Imea, divulgado na tarde desta segunda-feira (21), o plantio da safra 2022/2023 na região está 4,36% atrasado em relação ao mesmo período do ano passado, quando os sojicultores já haviam plantado 99% da cultura. Esse atraso é explicado pelo fato de que a região foi a que recebeu menos volume de chuvas no início do plantio.
No final do mês de outubro, por exemplo, enquanto a região Oeste estava quase concluindo a semeadura, a Nordeste ainda estava em 58%.
Ainda de acordo com o Imea, a safra está estimada em 41,82 milhões de toneladas, 2,36% a mais do que a safra 2021/2022. No entanto, essa estimativa deve ser reduzida nos próximos levantamentos. O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Fernando Cadore, já pediu que os institutos revejam as estimativas de colheita.
“A Aprosoja volta a pedir que alguns Institutos revejam as previsões de estimativa de colheita, uma vez que deveriam ser avaliados a área plantada versus a produtividade mínima histórica, considerando o fator climático no decorrer da cultura, e aí sim fazer as atualizações da previsão de colheita em paralelo ao acompanhamento climático”, afirma.
Produtores de outras regiões também estão sendo impactados pela instabilidade do clima, com altas temperaturas, chuvas irregulares e altas temperaturas. Segundo a ferramenta ‘Aproclima’, da Aprosoja, há municípios que não registraram chuvas nos últimos 25 dias, prejudicando o desenvolvimento das plantas. Produtores de Diamantino estão com o mesmo problema, segundo a Aprosoja.
“Estamos com a soja plantada desde o dia 23 de setembro, está florescendo e não choveu. Neste mês de novembro, já vamos para 12 dias sem chuva, sem contar com o sol escaldante e temperaturas altas”, relatou o produtor Napoleão Rutilli à Aprosoja.
Por outro lado, o último boletim aponta uma redução do custeio para a safra 22/23 em 2,68%, impactado principalmente pelo recuo da semente da soja (-12,55%), fertilizante e corretivo (-15,68%). Já o custo operacional total (COT) teve aumento de 4,81%. Para cobrir o COT, o produtor deve vender a saca acima de R$ 116. Nesta terça (22), a saca estava cotada em até R$ 170.
Por: Felipe Leonel/foto: Secom
0 Comentários