China; Exportação de milho brasileiro segue em alta
A consultoria Agro do Banco Itaú Unibanco acaba de publicar
seu relatório de análise mensal de mercado agrícola.
Segundo dados do relatório, nos primeiros vinte dias de
março, os preços internacionais do milho apresentaram queda. Em Chicago, a
desvalorização de 6,6% no período, para US$ 6,33/bu, foi guiada por números
mais fracos de embarques do cereal dos EUA, que vêm desde fevereiro, e por
ajustes feitos pelo USDA no balanço de oferta e demanda americano, com redução
das exportações e aumento dos estoques finais.
A relação estoque/consumo mundial também foi ajustada para cima no
último relatório do USDA.
Já nas praças locais, o movimento também foi de
desvalorização, conforme apontam os números do relatório. Em Sorriso, a queda
foi de 2,9% nos primeiros vinte dias do presente mês, para R$ 63,64/sc, a
despeito de uma procura interna que segue firme e uma demanda externa pelo
cereal brasileiro que continua muito forte, como mostraram os dados da Secex de
fevereiro, com 2,3 milhões de toneladas exportadas (+197% sobre fev/22).
Soma-se a isso, o atraso na colheita da 1ª safra, que segundo a Conab está em
35% da área total projetada, contra 41,6% no mesmo período de 2022.
Para a segunda safra de milho, segundo relatório, com
números da Conab, a semeadura atingiu 85,1% da área total do Brasil. Ao mesmo
tempo, até dia 18/mar, a área semeada no MT marcou 99% do total, enquanto no
Paraná e Mato Grosso do Sul os valores foram de 66% e 63%, respectivamente.
Importante acompanhar o desenvolvimento da safra nesses estados, devido ao
grande atraso e riscos climáticos atrelados à transição da La Niña para um
período de neutralidade.
A Argentina segue sofrendo com o clima seco. Por lá, assim
como fez com a soja, a Bolsa de Cereales reduziu novamente a safra de milho do
país, para 37,5 milhões de toneladas, 14,5 milhões de toneladas a menos que o
produzido na safra 2021/22. O USDA também fez ajustes na projeção, com a
estimativa agora em 40 milhões de toneladas, queda de 15%sobre o projetado em
fevereiro.
Mercado Chinês
Segundo dados do relatórios o mercado da China, após um
início de ano mais pessimista, apontam projeções de crescimento e já mostram
melhora. Depois de crescer 3% no ano passado, para 2023 o governo chinês coloca
como meta um crescimento de 5%, enquanto o FMI projeta, para o país asiático,
5,2% de alta. A reabertura do país, com o fim da política de restrição da
circulação das pessoas (lockdown) deve favorecer a retomada do crescimento, com
expectativa de maior demanda por commodities, inclusive as agrícolas.
Nos últimos dois meses, a China habilitou mais de 90
empresas brasileiras para exportação de milho, sinalizando que a demanda do
país asiático pelo cereal nacional tende a seguir firme. No total, já são mais
de 440 plantas habilitadas para embarques. Nos dois primeiros meses do ano, a
China foi o segundo principal destino do cereal, com 1,1 milhão de toneladas,
atrás do Japão, com 1,5 milhão de toneladas. Os números parciais de março
indicam que a exportação total de milho do Brasil no terceiro mês do ano deve
superar 1,5 milhão de toneladas, muito acima da média de março dos últimos
anos.
Safrinha
Para consultoria o indicativo de preços para a safrinha
segue positivo. A média do contrato de setembro/23 na B3 na parcial de março
está acima de R$ 85/sc. Apesar dos atrasos na semeadura da segunda safra, as
estimativas oficiais e de consultorias privadas seguem apontando produção
nacional recorde, entre 95-100 milhões de toneladas. O comportamento do clima
nos próximos meses será decisivo. A NOAA encerrou oficialmente a La Niña no
último dia 10, passando para neutralidade. Em teoria, um clima neutro favorece
a entrada de massas de ar polar pelo sul do Brasil durante os meses de
outono/inverno.
O Relatório destaca ainda que a USDA projeta maior área de milho
nos EUA em 2023/24. A primeira estimativa aponta crescimento de 3% para a área
plantada com o cereal, com 36,8 milhões de hectares. A produção foi projetada
em 383,2 milhões de toneladas, aumento de 10% sobre o estimado para a safra
2022/23.
Fonte: OP Rural com informações do Itaú Unibanco/foto: Mais Soja
0 Comentários