O mapeamento do solo de várias regiões do Brasil, realizado pela startup Biome4All a partir do programa Agro Bioma Brasil, pode resultar em um estudo sobre os microrganismos benéficos do solo brasileiro. Após a finalização do primeiro ciclo do projeto, foram identificadas nas áreas de alta produtividade uma funcionalidade microbiana e maior frequência de duas bactérias, na comparação com áreas de baixa produtividade.

 

Segundo Estácio Odisi, líder de projetos da Biome4all, foi identificado o aumento da síntese de ácido salicílico. “A produção de ácido salicílico está ligada ao processo de adaptação da planta ao estresse hídrico e salino, fazendo com que seja mais tolerante a seca e em locais com alta salinidade”, explica

 

Nesse cenário, as bactérias que tiveram maior frequência nas áreas de maior produtividade foram os gêneros Arthrobacter e Rhizobium. “A bactéria Arthrobacter é uma promotora do crescimento das plantas, e ocorre apenas em solos aerados. Já as bactérias do gênero Rhizobium, estão altamente ligadas ao processo de fixação simbiótica do nitrogênio, nutriente que as plantas demandam em grande quantidade”, esclarece Odisi.

 

“Nas áreas menos produtivas, houve aumento do potencial de duas funções microbianas -  redução do enxofre e o consumo de fósforo pelos micro-organismos. O processo de redução de enxofre realizado pelos micro-organismos diminui a disponibilidade desse nutriente para as plantas. Vale lembrar que esse elemento é muito importante para a cultura da soja, pois em caso de falta, as plantas apresentam reduções de crescimento e de produtividade. A diminuição de enxofre ocorre principalmente em solos encharcados e compactados, e com pHs próximos ao neutro”, orienta Odisi.


Da Redação/foto: Terra Magna

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