Cotação da soja já se firmou acima dos US$ 15/bushel, e forçando mais
O preço da soja será determinado por um fator-chave inesperado alguns meses atrás: a produção da até safra de verão da Argentina, que sofreu com uma estiagem prolongada e está em um momento decisivo agora. Mas por que, de repente, a Argentina ficou tão importante? A resposta, de acordo com a Consultoria TF Agroeconômica, passa pela análise semanal de dois fatos fundamentais: Primeiro, o quadro de Oferta e demanda do USDA de janeiro e, segundo, o gráfico da cotação de maio 23 da Bolsa de Chicago.
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos aumentou em 2,63 milhões de toneladas (MT) os estoques iniciais, mas terminou em 3,16 MT a produção mundial, em 2,0 MT o esmagamento mundial e em 1,85 MT as exportações mundiais . Com isto, aumentou em 810 mil toneladas o estoque final mundial para 103,52 MT, um pouco acima do estoque de 100,03 MT da última safra cheia de 2020. Os norte-americanos estavam considerando “uma safra argentina de 45,50 MT e as últimas informações de Buenos Aires, inclusive do Adido Agrícola do USDA, de que a safra argentina de soja permanecerá em 35-37 MT, o que significa que o estoque final mundial poderá diminuir em 8,5 MT para algo ao redor de 95 ,02 MT, abaixo dos 98,22 MT da safra quebrada de 2021/22. Daí a grande importância que a Argentina está tendo neste momento”, explicam os analistas de mercado da TF.
No entanto, explicam eles, como a safra ainda pode mudar um pouco e está recebendo chuvas justamente numa época de formação de grãos (que já fez as cotações recuarem de $15,45 para $1525 nesta semana), esta redução ainda não está confirmada: “Por isto , está todo mundo de olho na safra argentina neste momento”.
“O resultado é que a cotação já se firmou acima dos US$ 15/bushel e está forçando a linha de resistência a $ 15,45 MAIO 23, embora esteja acumulando entre 15,18 e 15,35 nesta semana. No Brasil, a cotação está 6,57% abaixo do que estava na final de 2022, quando a média CEPEA indicava R$ 184,43, mas está subindo. Na semana subiu 1,13% e, nesta sexta-feira, 0,02% e já recuperou para R$ 172,32, uma diferença de 12,11/saca para igualar a cotação de 29 de dezembro último. Acreditamos que, neste mês de fevereiro a demanda chinesa comece a se voltar para o Brasil e, com isto, possa elevar as cotações e até superar um pouco o nível do final do ano passado, sem, no entanto, explodir de preço”, concluem.
Por: Leonardo Gottems/foto: Nadia Borges
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