Com o aumento do abatimento de fêmeas e de machos, o preço da carne bovina deve reduzir nesse final de ano. A projeção é feita pelo chefe de pecuária da consultoria Agrifatto, Yago Travagini Ferreira. Em entrevista ao Estadão Mato Grosso, o especialista afirma que há mais carne no mercado em um momento em que o consumo está baixo, o que deve resultar em preços menores para o consumidor final.

Apesar de uma redução já ter sido sentida pelos produtores, com queda de 11% no valor da arroba do boi gordo na comparação de novembro deste ano com novembro do ano passado, ela ainda não foi sentida pelos consumidores nos supermercados. Apenas o coxão duro e o patinho sofreram reduções nos últimos 60 dias, mas só em um dos açougues pesquisados ​​pela reportagem.

“Existe todo um contexto que a gente pontua dentro da pecuária, sobre o que aconteceu durante 2020 e 2021, que foi uma forte redução na produção de carne. Isso, naquele momento, efetuou um aumento de preço do boi gordo e um estímulo à atividade. Ou seja, com preço em alta, todo mundo ficou mais estimulado a fazer pecuária no Brasil”, afirma.

A projeção da Agrifatto é que o cenário que leva à queda nos preços da proteína bovina se estenda pelo ano de 2023, aumentando ainda mais a oferta de carne bovina no mercado, o que cria uma tendência de desvalorização da proteína.

“No contexto geral, esse abatimento de fêmeas deve bater, principalmente, para baixo o preço do boi gordo e da carne bovina nesses próximos meses e talvez até anos”, afirma.

Por outro lado, o comércio varejista ainda deve perceber os impactos da Copa do Mundo e do pagamento do 13º salário, o que costuma aumentar o consumo de carne nesta reta final do ano. Portanto, avalia Yago, a queda de preços pode ser menor do que o esperado. Por outro lado, com o consumidor com poder de compra e gerando o processo, o varejo não deve sentir necessidade de aumentar preços, mesmo com o aquecimento da demanda.

“Isso não quer dizer que o pecuarista está recebendo mais, isso é um ponto superimportante. Teve um desequilíbrio muito grande na cadeia nesses últimos 2,3 anos, que agora começa a se equilibrar. O preço do boi gordo valorizou, a carcaça no atacadista valorizou, mas o preço da carne bovina sofreu pelo menos até meados de 2022”, conclui.

Por: Felipe Leonel/foto: Portal 6

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