Com a consolidação da safra 2020/21 vai se confirmando o recorde da produção agropecuária de Mato Grosso, que fecha o ciclo com Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) avaliado em R$ 191,74 bilhões, em agosto, ganho anual de 11,04% sobre o até então valor histórico de R$ 172,07 bilhões da temporada passada.

A performance, assim como a registrada no País, reflete o bom momento agropecuário da soja, do milho e da bovinocultura, atividade que marcam recorde de receita em 2021 em Mato Grosso. O Estado lidera pelo quarto ano seguido o ranking nacional do VBP. Neste ciclo participa com 17,33% do total estimado para o País, que também é de recorde: R$ 1,10 trilhão.

O plantio de soja está sendo iniciado em Mato Grosso e projeta boas expectativas, conforme noticiado pelo Mato Grosso Econômico.

O VBP, ou receita gerada da porteira para dentro das propriedades, afere a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil.

VBP de Mato Grosso é formado pelas atividades agrícolas, que representam R$ 157,09 bilhões, e pelas atividades da pecuária, que adicionam mais R$ 34,65 bilhões à receita estadual. Ambas estão em ascensão neste ano e projetam valores recordes dentro da série histórica do VBP local, conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Da agricultura, Mato Grosso se destaca com quatro culturas, que são as de maior receita: algodão, cana-de-açúcar, milho e soja. Em 2021 apenas o milho e soja registram ganho anual no VBP e ainda cravam recordes de faturamento.

O algodão tem projeção de recuo e deve fechar o ano com R$ 17,73 bilhões, cifras levemente inferiores as registradas no ano passado. A cana aponta VBP em R$ 2,53 bilhões, também menor em relação a 2020. Já o milho sai de um recorde de R$ 32,19 bilhões para outro recorde, R$ 38,76 bilhões. O mesmo movimento é registrado na soja, que passa de R$ 85,15 bilhões para R$ 95,97 bilhões.

Na pecuária, somente a bovinocultura detém projeção de recorde para 2021, que sai de R$ 24,85 bilhões para R$ 27,62 bilhões. Na avicultura, a projeção é ganho anual, mas sem cifras históricas, deve fechar em R$ 3,53 bilhões

Suínos e as produções de leite e de ovos apontam perdas ante 2020 e devem encerrar o atual ciclo com receitas de R$ 1,73 bilhão, R$756,67 milhões e R$ 992,47 milhões, respectivamente.

RESULTADO REGIONAL 2021 – Os resultados regionais mostram a liderança do estado de Mato Grosso (R$ 191,74), na sequência, Paraná (R$ 142,57 bilhões), São Paulo (R$ 126,39 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ 121,45 bilhões) e Minas Gerais (R$ 11,69 bilhões), que representam, juntos, 63% do VBP de 2021.

Os produtos que mais impulsionaram o VBP no País foram o arroz (3,9%), a cana-de-açúcar (4,3%), o milho (6,8%), a soja (28,5%) e o trigo (38,6%).

De acordo com José Garcia Gasques, coordenador de Avaliação de Políticas e Informação do Mapa, a contribuição desses cinco produtos deve-se a bons resultados de produção e de preços. Eles respondem por 81% do VBP das lavouras.

Segundo o coordenador da pesquisa, os preços têm sido decisivos este ano. “Considerando as carnes de frango e carne bovina, trigo, soja, milho e algodão, observa-se que esses produtos apresentam os maiores preços dos últimos 17 anos. Observa-se ainda que, o café, obtém neste ano o maior preço recebido pelos produtores dos últimos nove anos”, explica Gasques.

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