Entenda como o Brasil se tornou o maior produtor e exportador de soja do mundo
O Brasil é o maior produtor e exportador de uma das principais commodities (produtos que funcionam como matéria prima) do mundo – a soja. Dela derivam-se grãos para alimentação humana, o farelo como ingrediente importantíssimo para nutrição animal e o óleo na produção de bens de consumo para cozinha, medicamentos e biodiesel.
O sistema brasileiro de cultivo de soja é produzido com tecnologias ambientalmente amigáveis, tais como fixação biológica de nitrogênio, plantio direto sobre a palhada e manejo integrado de pragas, que evidencia a sua sustentabilidade, contribuindo na redução das emissões de gases de efeito estufa.
O desenvolvimento de tecnologias próprias permitiu ao Brasil ser líder mundial na produção de soja sem pressionar as áreas de florestas, mesmo considerando os cenários de aumento de demanda do grão nos próximos anos.
Dominante no Brasil para produção de grãos, o sistema de plantio direto ocupa quase 70% das áreas agrícolas e mais de 95% da área plantada da soja. É um sistema diferenciado de manejo do solo, que visa diminuir o impacto das operações da atividade agrícola nos solos, eliminando os processos erosivos, com a manutenção da decomposição e ciclagem de nutrientes no solo – perpetuando as áreas produtivas, o que possibilita até três safras durante o ano.
E por falar em safra, na de 2020/21 o Brasil produziu 138 milhões de toneladas de soja, com a ocupação de aproximadamente 39 milhões de hectares de área plantada, conforme demonstra o estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apresentado em julho de 2022. O estudo traz ainda que a produtividade do plantio do grão no país é de 3.525 kg/ha.
Mesmo sendo a principal cultura agrícola do país, a soja é plantada em menos de 5% do território brasileiro, o que equivale a 40 milhões de hectares. Cabe observar que, segundo a Embrapa, o uso do solo no Brasil é distribuído da seguinte forma: 66% de vegetação nativa (reservas legais e áreas de preservação permanentes) – 554 milhões de hectares; 23% de pastagens – 198 milhões de hectares; 8% na agricultura, em produção de grãos – 60 milhões de hectares; 4% na urbanização e outros usos – 38 milhões de hectares.
Estudo apresentado pela Conab traz que 70% da produção de soja no Brasil se dá nas regiões Centro-Oeste e Sul, sendo o maior produtor da oleaginosa o estado do Mato Grosso, com mais de 36 milhões de toneladas por safra. Ao pensar em biomas, a soja ocupa 9,8% do bioma Cerrado e 1% do bioma Amazônia, conforme dados da própria Conab e do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Soja no Bioma Amazônia
84% do bioma amazônia é preservado por força da legislação atual e de um esforço nacional público e privado pela preservação do meio ambiente, sobretudo dos produtores rurais. A ocupação atual do bioma está bloqueada em mais de 60%. Contudo, nas áreas privadas restantes, especialmente propriedades rurais, é obrigatória a preservação de 50% a 80% da vegetação nativa.
Isso significa que, mesmo estando disponíveis, essas áreas não poderão ser totalmente incorporadas à produção. E é por isso que há 84% do bioma preservado, como esclarece a Carta de Brasília, documento elaborado pela Aprosoja Brasil durante o 1º Congresso Brasileiro dos Produtores de Soja (https://bit.ly/3LcN325).
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